sábado, 15 de dezembro de 2012

Soneto infungível





Não isso eu não troco por nada;
A alegria das minhas gatinhas;
Não negocio uma boa risada;
Na alegria das suas carinhas;

Não, isso não troco por nada
O ser e estar bem sossegado;
Ao menor sorriso da Amada;
A seu lado me Sinto descansado;

E ainda tem minha filha, Amanda
Alegria maior de qualquer dos meus dias
A alegria da vida, meu espírito abranda;

É muito o que não troco por nada;
Tudo que sou quando estou perto delas;
Qualquer tristeza é página virada.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A pegadinha da pegadinha - um círculo vicioso

    Há um limite para tudo e também deveria haver para as famosas “pegadinhas”. A falta de refinamento intelectual, o mal gosto descarado e a falta de empatia de certa parcela da população não deve ser manipulada pela media de maneira inconsequente. Esse processo tende a tornar o imaginário popular mais ácido e menos  respeitoso com o ser humano do que já é normalmente. Esse refreamento é necessário para se evitar a banalização da violência e a piora das condições culturais do povo.
    A ideia seria fazer humor. A fórmula já é velha conhecida de sucessos internacionais como o decano “Candid Camera”(Câmera docinha, numa tradução muito mal aproximada ) dos Estados Unidos e no  canadense “Just for laugh” (só para rir): Um pouco de armação, uns atores pregando uns pequenos sustos nas pessoas e umas boas risadas como produto final. A fórmula não varia muito e o humor se faz tanto pela supresa das “vítimas” quanto pelas situações surreais que propõem. Neste último caso um exemplo soberbo pode ser encontrado em www.youtube.com.br com as palavras para busca: pink+ elephant+ prank.
    Esses programas geralmente são de fácil intelecção e não necessitam na maior parte das vezes de que se faça a tradução ou dublagem. A linguagem gestual e baseada em imagens e cenários criam fazem uma comunicação fácil e possível de veiculação até mesmo em vôos internacionais e outras situações em que o mais importante seja a pantomima, a brincadeira desinteressada e feliz. Essas atrações geralmente não acrescentam informações à cultura de quem as vê e não possuem conteúdo heurístico, isso é, capacidade de ensinar alguma coisa. Por outro lado, também não pecam por disseminar maus sentimentos ou mesmo regurgitá-los e pulverizá-los sobre a massa que tem acesso a tais programas.
    Infelizmente, devido a um complexo formado por  imundícies culturais que atacam a cultura brasileira, o ocorrido aqui é que todos os limites são quebrados.  O medo e o desespero são explorados ao máximo nas cenas forjadas. O objetivo é o criar um humor negro e infeliz. Situações como se molhar de lama uma pessoa que supostamente estaria indo trabalhar são normais. A inconsequência, mesmo que simulada é premiada com as risadas e o ibope garantido pela grande massa. Institucionaliza-se o escárnio máximo por qualquer sentimento altruísta, isso é de respeito à pessoa da pressuposta vítima.
    É preciso lembrar que mesmo que se trate de uma falsa vítima, ainda assim há uma imagem humana sendo atacada. Tal ataque, ao invés de ser combatido por uma inexistente bondade da turba é até incentivado pela aceitação indiscriminada do suposto mal provocado a um ser humano. A certeza de que se trata de uma brincadeira sem maiores consequências não redime, não elide a maldade que permeia os sentimentos de quem saboreia esse tipo de entretenimento.  
    Implicitamente, o próprio telespectador já sabe que se trata de situação falsa. Apesar disso, o escárnio com o sofrimento e o desespero com o outro não deixa de ser verdadeiro. As supostas vítimas realmente parecem agredidas e totalmente envolvidas pelas situações absurdas a que são submetidas. A população, todavia, apenas se conforma com a “possibilidade” de que a cena possa ser real sem que haja um questionamento maior sobre ser verdade ou não o que está acontecendo.
    O que impera é o lucro obtido e a manipulação consentida da população pela media. A audiência aproveita e se diverte com a baixaria. Os patrocinadores, quase sempre fornecedores de produtos de qualidade duvidosa, se regozijam com a efetividade dos gastos feitos em publicidade. E o círculo vicioso da falta de compromisso com algum censo de melhoria das condições culturais da população vai se eternizando.
    O problema maior é que se vai convivendo, aceitando e rindo do sofrimento do outro e banalizando a violência. Trata-se de um verdadeiro resquício dos jogos da Roma antiga onde se jogavam os cristão aos leões ou onde os gladiadores se esfalfavam. A consequência lógica é que a violência verdadeira, a do tráfico, dos assaltos e dos noticiários policiais também passa a ser vista de maneira natural e passa a não invocar uma postura de repúdio importante para garantia da própria sobrevivência da espécie.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Deixe as pessoas serem, mas fique de olho...

O melhor é deixar as pessoas serem o que quiserem e observá-las. As manifestações boas ou ruins de comportamento daqueles que estão próximos são muito importantes para que se possa perceber ou pelo menos imaginar o que esperar delas. Manifestações negativas como as agressões, mesmo que verbais, ou o desprezo pelas pessoas humildes são um bom sinal de que se deve buscar o afastamento. Por outro lado a humildade ou a pena de si mesmo ou ainda a falta de objetividade devem ser igualmente observadas e seguidas com zelo pois também podem guardar surpresas desagradáveis.
    O tempo todo, perceba-se ou não, as pessoas trocam mensagens não verbais entre si. É o que está escrito no livro O Corpo Fala e é o que se vai percebendo ao longo da vida. É importante então tentar desvendar esses códigos de mensagens não verbais e combiná-las com o que se ouve e vê das pessoas para se precaver de situações desagradáveis.
    Exemplo é o caso em que as pessoas avançam na idade e não modificam certos comportamentos e até pioram. O alto nível de exigência com os outros, o exagero até o nível da imbecilidade no politicamente correto ou a pura rabugice, com reclamações o tempo todo, tendem muito a piorar caso o cidadão não seja capaz de fazer uma boa autocrítica. Então é melhor se precaver e tentar detectar os sintomas quanto mais cedo possível. Quanto mais cedo se fizer isso, menor a possibilidade de se ter aprofundado os níveis de compromisso e melhores são as perspectivas de conseguir um necessário afastamento daquele indivíduo. 
    Também é importante fazer uma análise do custo benefício de estar perto daquela pessoa. Principalmente nas relações profissionais um defeito pode ser superado por uma qualidade importante. Então aquela a propensão a ser desagradável pode ser superada pelos resultados positivos alcançados.
    Ana Beatriz Barbosa Silva ensina em “Mentes Perigosas” que atitudes como não dar pela existência dos porteiros, faxineiros e outros auxiliares do dia a dia não é um bom sinal sobre a saúde mental da pessoa. Se um fato tão pacífico quanto a incapacidade de dar um bom dia já é indício da possibilidade de um comportamento criminoso, pior ainda será uma agressão propriamente dita, verbal, ou pior ainda, tendendo às vias de fato. Neste caso os sinais, ou apenas um sinal muito marcante, são claros de que a pessoa deve ser evitada. Na impossibilidade do afastamento imediato o seu comportamento deve ser observado constantemente. O objetivo é  identificar um risco qualquer de progressão na incapacidade de se relacionar pacificamente com as pessoas. 
    Há outros casos, porém, de pessoas que gostam de se humilhar, de se rebaixar constantemente e de serem iguais a todo mundo em acessos de altruísmo. Há também pessoas que sentem muita pena de si próprio e reclamam o tempo todo das dificuldades que ela mesma procurou. Isto pode ser um sinal ruim a respeito da pessoa pois pode indicar que a sua “carga” deverá ser dividida em algum momento com alguém. Isso pode acontecer até com um simples desabafo rebugento numa rede social ou numa expressão suave e contaminadora de tristeza com que você a encontra em certos dias.
    Nem os bichos têm pena de si mesmos como disse o poeta americano D. H. Lawrence: “I never saw a wild thing sorry for itself. A small bird will drop frozen dead from a bough without ever having felt sorry for itself. “ –: “Eu nunca vi uma coisa selvagem com pena de si mesmo. Um pequeno pássaro cairá congelado e morto de um galho sem nunca ter sentido pena de si mesmo”. 
    Renato Russo escreveu em Teatro dos Vampiros: “Comparamos nossas vidas... E mesmo assim não tenho pena de ninguém...”. Um dos motivos pelos quais ele pode ter escrito isto é, por exemplo, para afirmar que as pessoas são responsáveis por si mesmas e que seria muita pretensão de qualquer outro achar que pode resolver, mesmo que parcialmente, os problemas de outro.
    Essas considerações sobre autopiedade, baixa auto-estima mostram que essas posturas devem ser sinais de que a pessoa deve ser evitada. Mais cedo ou mais tarde ela tentará dividir o fardo dela com alguém ou cobrar um preço pelo excesso de auto-imolação. Existe ainda o constante aborrecimento com a postura chorosa da pessoa que age desse modo.
    Outro porém sobre esses comportamentos é a falta de objetividade. Ao perder tempo ao ter pena de si mesma a pessoa demonstra que não tem compromisso total com os resultados. Quem mantém o foco constante em um determinado objetivo não perde tempo com lamúrias que não vão levar a nada.
    Claro que para se buscar a justiça é importante lembrar da frase de Freud, citada ainda no livro O Corpo Fala: “Às vezes um charuto é só um charuto”. Nem tudo que acontece a uma pessoa, ou um de seus atos isoladamente, ou uma palavra dita num contexto em que não se sabe o que lhe vai por dentro deve ser usado para formar uma opinião definitiva a respeito dela. Os sentimentos em geral são muito complexos, a diversidade de coisas que podem estar acontecendo na vida de uma pessoa e que não são de conhecimento de um espectador, por mais próximo que seja, não permitem que se forme posicionamentos a partir de uma observação ou outra.
    O que cabe, sim, é procurar consistência nos comportamentos negativos. Estabelece-se uma ideia de tempo ao final do qual já se pensa que será possível firmar posição sobre tais fatos. Deve-se ponderar então se vale a pena continuar os contatos com o indivíduo em questão. Em seguida assume-se a responsabilidade pelas consequências futuras de manter o relacionamento. Isso é um bom exemplo do que vem a ser maturidade.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Shyness, stupidity or affectation

Sometimes it is very difficult to differentiate shyness, stupidity and affectation. Each of these characteristics imposes constraints different to all of us and still can make quite difficult the relationships even professionals.
Shyness is usually the most acceptable of all. One must forgive in others what affects everyone to a greater or lesser degree. But it must be noted that this is unacceptable in certain situations. This is the case of crew leaders or people whose contact with the public is required as police and public servants in general.
The stupidity here is treated as the limitation intellectual even. It may be general, in which case that, the victimized people usually can not reach positions and responsibilities that require meshing ability. It can also be specific and relates only one skill in particular. It is the case of very capable professionals in their respective areas but who never knew how to develop the skills of empathy, negotiation and general communication.
Affectation is probably the most difficult to accept. It may stem from a feeling of superiority. Always involves a lack of connection with reality and with the minimal features necessary for good relationships. Either way, the sense of the ridiculous and will of interact and the respect for the space of others, not attacking the others, have been harmed.
Much of the time, what happens is a mixture of these characteristics. The most important is that the set produced not impossible relationships, and even worse, impossible to achieve common results.
Timidity, stupidity or affectation. It's always hard to know what is happening when someone has difficulty of empathy, participation or just seems "rude". All people have some degree of these characteristics. It is important to overcome these limitations so that they can achieve the desired results. You can hit most of the activities carried out, but at one time or another failure in the pursuit of negotiation, interacting, respect each other.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Um plano geral de estudo – provas periódicas

Para começar:

a) Estabeleça exatamente qual a matéria que vai cair;
b) Veja se vai cair só a matéria de um período ou toda a que já foi dada no ano;
c) Priorize as últimas matérias dadas, mas não esqueça as outras;
d) Anote no caderno de onde até onde vai a matéria;
e) Escreva qualquer detalhe que lhe pareça importante. Escrever é uma forma de interação que permite o estabelecimento de novas associações que lhe ajudarão a memorizar melhor o que está sendo dito;
f) Não tenha vergonha de usar qualquer recurso mental ou imagem que lhe vier à cabeça e que Vc ache que pode te ajudar;
g) Construa as imagens mentais e as retenha, ou construa outras diferentes quando achar importante. 


Lendo a matéria e ESCREVENDO o que está sendo estudado

a) A cada parágrafo procure formar assertivas, fatos a respeito do texto. Para cada uma delas, tente criar, escrevendo-a no papel, uma imagem mental que reforce o que você quer lembrar. Lembre-se que quanto maior o número de sinapses que você criar para lhe ajudar a lembrar de um assunto, melhor. Portanto não ache que economizando na informação a ser guardada é que você vai memorizá-la melhor. 
Exemplo:

“A Guerra de Secessão foi um conflito militar que ocorreu nos Estados Unidos, entre os anos de 1861 e 1865. De lado um  ficaram os estados do sul contra os estados do norte. Os estados do sul tinham uma economia baseada no latifúndio escravista e na produção, principalmente de algodão, voltada para a exportação. Enquanto isso, os estados do norte defendiam a abolição da escravidão e possuíam suas economias baseadas na indústria. Esta diferença de interesses deflagrou o conflito. O conflito teve inicio em 1861 através de ações militares do sul. Com duração de cinco anos, a guerra provocou a morte de aproximadamente 600 mil pessoas. Os estados do norte, mais ricos e preparados militarmente, venceram e impuseram seus interesses sobre o país.”

Exemplos de assertivas

1 – A guerra de secessão foi um conflito militar (não teve origem em movimentos civis);
2 – Aconteceu nos Estados Unidos; É aquele mapinha meio quadrado que fica debaixo do Canadá e acima do méxico. Lembre-se de um cawboy...
3 – Entre os anos de 1861 e 1865; ((6X3)e total de 7 (6+1), e (6x3) e total de 11 para (6+5);
4 – Os Estados do Sul lutavam com os do norte – Guarde isso: debaixo para cima.
5 – Estados do sul: Economia Agrícola; EScravista, voltada para Exportação Escravo põe algodão no navio para exportar;
6 -  Estados do norte: Abolição, Industrial era a economia; imagine uma máquina trabalhando
7 – Motivo do conflito: Diferenças de interesse entre o sul e o norte; Imagine o mapa dos EUA se dobrando para que o Sul brigasse com o Norte...
8 – O Sul agiu primeiro. Imagine os soldados do sul fazendo o primeiro ataque; 
9 – Total de duração da guerras de 05 anos. Idade em que uma criança já fala bastante. É também chamado de lustro ou quinquênio;
10 – provocou a morte de mais ou menos 600.000 pessoas. Não foi Um Milhão. Foi um Milhão dividido por dois e somado com seus 10%. Ou ainda, foi 10% de um milhão multiplicado por 6 o que dá um pouco mais, 10% a mais que a metade...

Preparando Listas:

Dois casos da lista acima permitem fazer listas:
5 – Estados do sul: Economia Agrícola; EScravista, voltada para Exportação Escravo põe algodão no navio para exportar;
A - gricultura
Es – cravista;
Ex – portação;
Al – godão;
Pode-se se optar  por exemplo por usar o MNEMÔNICO "AEXESAL", ou da forma como se achar mais fácil de fixar. O importante é que, quando possível, sempre se procure a palavra que tem mais significado para ajudar a lembrar a frase toda.
6 -  Estados do norte: Abolição, Industrial era a economia; imagine uma máquina trabalhando
A – bolicionistas;
IN – dustrializados;
Pode-se usar por exemplo o AIN ou AI, como ficar mais fácil.

Revendo a matéria:

Para memorizar o que está sendo pedido vale quase tudo:
a) andar pela casa recitando que está escrito;
b) escrever as listas e mesmo as assertivas em papel ofício dobrado em forma de sanfona para decorar. Detalhe é que é importante jogar fora antes de entrar para a prova. Mesmo sem intenção de colar, a visão desse papel pode dar uma impressão errada aos professores.
c) Escrever o que se quer memorizar num quadro e deixar na beira da cama ou na parede em cartazes ou em uma lousa;

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O Texto dissertativo, identificação e construção

                Para começar

    As redações para concursos e vestibulares,  desde que solicitado um texto dissertativo, obedecem a certas regras básicas para sua confecção. Também as questões abertas dessas provas e daquelas feitas em sala de aula podem ser respondidas com a obediência a uma disposição mais ou menos comum dos elementos que comporão o material a ser produzido.
    Alguns pressupostos são necessários para que se venha a escrever satisfatoriamente qualquer tipo de redação. O hábito da leitura, a curiosidade com assuntos os mais diversos, a contínua preocupação com a correção ortográfica e a sintaxe e o treinamento contínuo são indispensáveis para se produzir um bom texto.  
    Exercício interessante é tentar se abster da autoria do texto para criticá-lo sem medo da auto-crítica.
    Deve-se considerar ainda quem vai ser o público leitor. Para o caso de quaisquer provas é importante diversificar o vocabulário conhecendo e praticando novas palavras. Deste modo, entre outras coisas, evita-se o perigo, quase terror, da repetição injustificada de palavras no mesmo parágrafo.
   
              Identificação do tipo de texto a produzir
   
    Importantíssima é a identificação do tipo de texto a ser produzido. Ainda que o tema, aparentemente, remeta o aluno à produção de uma descrição, ou narração, o que vai prevalecer é o que foi pedido no enunciado da questão. Basta que a solicitação expressa seja no sentido de que se utilize este ou aquele recurso para a produção da resposta e isso definirá o sucesso ou a mediocridade da empreitada. Cabe a quem vai escrever, atentar para o tipo de enunciado proposto e usar a imaginação e as técnicas aprendidas para se conformar às peculiaridades apresentadas.
    Antes de tudo, é importante ter certeza de que a solicitação da prova é a de que se produza um texto dissertativo. Algumas vezes pode ser solicitado que se escreva uma descrição ou uma narração.
    No primeiro caso trata-se de uma situação, ou objeto, ou cenários ESTÁTICO a ser caracterizado.
    Narrar, no entanto, se refere à apresentação de acontecimentos ocorridos em sequência, com distribuição temporal de vários eventos ou de pelo menos um evento em que se possa reconhecer o princípio, o meio e fim a serem descritos.
    No caso da dissertação o que se pede é um posicionamento sobre uma ideia a respeito do tema  proposto. Geralmente não há nos temas uma proposta do que deve ser provado. Apenas são apresentados diversos assuntos, subdivididos em subtemas. Cada um desses pontos deve ser abordado por quem escreve para afirmar ou negar algo relativo ao que foi proposto.

                Perguntas que identificam o tipo de texto solicitado

    Algumas perguntas ajudam a identificar o texto que está sendo pedido:
a) DESCRIÇÃO: O tema é uma pessoa, um personagem, um cenário ou um objeto? O objeto do tema encontra-se ou encontrava-se fixo no momento em que se deve escrever sobre ele? Tem-se a certeza de que no momento a que se refere o texto a ser produzido não houve intervenção de algum agente para que ocorresse tal situação? Não há ação ou atividade de qualquer pessoa a ser registrada? Então trata-se de uma DESCRIÇÃO.
Exemplo: Escreva sobre algum lugar que você viu nas férias. Neste caso você vai descrever o que viu neste lugar. No caso de um hotel, por exemplo, pode se escrever: Tratava-se de um prédio de três andares com quatro alas; dois estacionamentos, um atrás e outro na frente; com piscina infantil e uma de adultos; sauna e por aí vai. Veja que estas coisas estavam todas paradas no tempo e não estavam exercendo nenhuma ação ou sendo influenciadas pela ação de ninguém, que agia no momento em que se escreve.
b) NARRAÇÃO: Como tema foi apresentado um fato? Algo que aconteceu, com princípio, meio e fim e que deve ser explicado passo a passo? Alguém ou alguma coisa agiu para produzir aquilo que está sendo citado como tema? Então trata-se de uma narração, exatamente como se faz num jogo de futebol, ou num lance de basquete;
Exemplo: Escreva como foram suas férias. Neste caso você vai dizer, por exemplo que inicialmente passou um tempo na casa dos parentes. Veja bem que há ação de alguém a ser registrada. Você foi à casa dos seus parentes que o receberam. Há muitas ações descritas. Em seguida você foi à praia. Novamente alguém está produzindo uma ação de se deslocar ao litoral. Outra vez, não há apenas um cenário a ser descrito, há várias ações encarreiradas a serem expostas para que se atenda ao tema proposto.
c) DISSERTAÇÃO: O que é possível afirmar sobre o tema proposto? Como se relacionam os subtemas com o assunto principal a ser tratado? Que fatos são conhecidos e que podem ajudar a comprovar a relação entre cada dos pontos a serem incluídos no texto final?
    Exemplo:
Tema principal: Revolução Francesa. Subtemas:
        1) Justiça social;
        2) distribuição de renda e;
        3) consequências históricas.
Neste caso fica clara uma das possíveis relações passíveis de análise. De que tal revolução, pelo impacto social que teve, acarretou, ou não,  impactos diferentes na história da França, mesmo após o seu fim. No caso dos subtemas 1) e 2) pode-se dizer que foram pequenos os impactos.
Pode ser citado como exemplo de justiça social, em que pese a ironia, o fato de que todos os condenados, a partir dali, passaram a morrer do mesmo jeito. Pela guilhotina. Quanto à distribuição de renda, é possível afirmar que não houve grandes melhorias. Isso pode ser comprovado com a informação de que ocorreram inúmeros movimentos sociais posteriores. A continuidade na reivindicação de melhorias sociais, comprova que não houve incremento de renda com a tal revolução. 
Em relação às consequências históricas pode ser citada por exemplo a ascensão de Napoleão Bonaparte. Pode-se descrever então as vitórias obtidas pela França em várias batalhas e a expansão do Império Francês por volta da virada do Século XIII para o XIX.
    Nota: Posteriormente será apresentado um esquema de dissertação de modo a permitir a criação de um modelo, verdadeiro formulário, a ser preenchido para confecção de uma dissertação sem que haja o risco de que um outro aspecto seja devidamente detalhado.

                  Acreditar pessoalmente ou não no que se está dizendo

    Não é o caso de que o candidato ou aluno tenha que acreditar ou desacreditar pessoalmente do que está sendo dito. O que importa aqui é a capacidade de argumentar a favor ou contra um determinado posicionamento. Nem mesmo é necessário um grande conhecimento a respeito do assunto e muito menos seu domínio pleno. O importante é que o conteúdo a ser apresentado como argumentação tenha relação de causa e efeito com o que está dito na tese. Sobre este assunto, buscar diferenciar visão objetiva de subjetiva como já tratado em um texto específico. 
    Em alguns casos, a preocupação em avaliar a técnica pode ser o único objetivo. Neste caso a capacidade do aluno de usar as regras pode ultrapassar os limites do senso comum, ou da doutrina ou ainda de suas crenças pessoais. Neste caso, cabe a quem corrige a prova, que se abstenha de verificar o conteúdo ou a correção dos argumentos, voltando-se exclusivamente à estrutura apresentada por quem produziu o texto. Isto deve ocorrer sobretudo se o objeto da redação é avaliar a capacidade do aluno de ordenar  pensamentos e apresentar argumentação e conclusões.

                        Os tipos de questões apresentadas

     Em geral são três os tipos de questões que solicitam conhecimentos sobre dissertação. O mais comum é a famosa “Redação”, nome genérico mas para o qual, geralmente, se atribui a característica de ser argumentativo.
    Dissertação implica argumentação. Logo, se não for solicitado expressamente que se faça uma descrição de um objeto, de um cenário ou de uma pessoa, por exemplo; ou se não for solicitado que se narre como um determinado fato (feito) produzido por um agente possa ter acontecido, então o que cabe escrever a seguir é a respeito de uma ideia que se deverá comprovar.
    Também é possível que a questão seja de múltipla escolha. Nesse caso, apesar de não ser necessário produzir o texto, há que se saber a estrutura de uma dissertação para que se possa identificar a sequência mais correta dos pedaços de textos apresentados e, deste modo, tornar possível ordená-los devidamente, como foram escritos.
    Caso mais corriqueiro é quando se deve responder a uma pergunta aberta, com a produção de um texto em, por exemplo, 10 linhas ou menos. Ainda nesse caso é possível se atender à base utilizada para a dissertação, desde que se limitem as quantidades de argumentos e outros componentes de um bom texto dissertativo.
    Nota: No caso de questões abertas, todavia, deve-se ponderar que a estrutura dissertativa não é o foco de atenção de quem corrige a prova. O que importa nesse caso é estritamente a resposta a ser dada à questão proposta. A vantagem de se utilizar o esquema dissertativo nesse caso é que quem corrige a prova ficará convencido da resposta dada, seja pela simplicidade e clareza da leitura da tese, que é a RESPOSTA, ou seja por ter sido o texto complementado com argumento e respectiva conclusão.



                  Produção do Texto Dissertativo

    Antes de mais nada:
- Brainstorm - Tempestade cerebral
    Como se faz: Listar tudo que vem à cabeça em relação ao tema dado.
Exemplo: Cães e gatos
- Geralmente cães não gostam de gatos;
- Às vezes cães convivem com gatos;
- Cães e gatos são mamíferos;
- Cães são canídeos, parentes dos lobos;
- Gatos são felinos, parentes dos tigres e leões;
- CÃES E GATOS SÃO ANIMAIS DOMÉSTICOS(*)
(*) Observação: Para escolher a tese é uma boa sugestão que se veja a interação existente entre o ser humano de uma maneira geral e o tema proposto. Fazer perguntas sobre como o Homem se relaciona com o tema em questão. Como esse tema influencia o cotidiano. No caso em questão, o fato de tais animais serem domésticos vem trazê-los para a área de interesse do ser humano.

                                      Título
- Nome resumido da idéia a transmitir – pode ser atribuído depois de escrito o texto.
Introdução
- Apresenta uma tese – algo que se pretende provar a partir do texto que vem a seguir. Deve-se observar que geralmente não é proposta na questão. Deve-se então observar o tema e os subtemas e procurar relacioná-los de modo a obter uma relação qualquer que se possa prova com argumentos, seguidos de fatos irrefutáveis.
- Dá nome aos argumentos
                                    Desenvolvimento
- Desenvolve argumento 1 - não se esquecer de acrescentar fatos irrefutáveis
- Desenvolve argumento 2 - não se esquecer de acrescentar fatos irrefutáveis
Nota: O número de argumentos deve ser dilatado ou reduzido de acordo com o número de linhas mínimas e máximas que devem conter o texto final.
                                     Conclusão
- Volta à Tese – Escreve-se a tese de uma forma diferente. Sugere-se o uso de um gerúndio para iniciar a frase, desde que não seja o próprio “concluindo”;
- Resume a explicação dos argumentos – Perceber que na conclusão não há uma repetição dos argumentos, mas um remetimento aos pontos chaves da explicação de cada argumento;
- Se possível, acrescenta-se uma frase de efeito – Não se deve paralisar a correção ou o desenvolvimento do texto para a procura de uma frase de efeito. Contudo, pode se sugerir uma ideia adversativa “ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil”. Em que pese o chavão há que se perceber dois pontos:    
       1) Há uma situação de confronto, de adversidade entre as duas possibilidades.
       2) Há um choque de lógica ao se supor que um inseto possa destruir um país.
      Ainda com relação à frase de efeito pode-se buscar algo de surpreendente ou impactante na explicação dos argumentos ou dos fatos irrefutáveis. O objetivo é provocar uma impressão final que “cole” a ideia defendida na cabeça do leitor.
      Em relação ao exemplo acima e considerada a condição comum de homens, gatos e cães, poderia se pensar, imediatamente e apenas por exemplo: Há contraposição entre a suposta importância do ser humano como dominador e sua necessidade de interação com as espécies “menores”. Algo assim poderia sair disso: 
A suposta grandeza do ser humano não prescinde da alegria e bons sentimentos despertados pelos mamíferos que lhe seguiram na evolução.
Nota: Como exercício, o que é indispensável para se pensar em redigir algo, fica a possibilidade de que se venha a completar a dissertação acima proposta. O seguinte e-mail está à disposição, não para correção, mas para discussão de algum ponto ou texto produzido: adauto3000@yahoo.com.br

                                   Prática das peças com a montagem do texto

      Abaixo, um modelo de dissertação construído passo a passo. Em seguida o texto montado, tecnicamente, de acordo com a ordem das peças apresentadas até aqui.

                       Título
- Contrato social - uma filosofia do dia-a-dia
                       Introdução
    A idéia de contrato social como filosofia, nada mais é que o dia a dia das pessoas que abdicam de parte de sua liberdade para usufruírem, e questionarem os benefícios da União Comum conhecida como Estado.
     - Dá nome aos argumentos
     Por um lado, o Estado já está solidificado na idéia das pessoas que não mais questionam o contrato em si, conhecendo-o apenas pelo seu lado prático, como governo, na vida diária. Por outro lado, criticam constantemente a participação deste ente,  a ponto de questionar o seu dimensionamento quantitativo e o escopo legal que o permeia. 
                         Desenvolvimento
     - Desenvolve argumento 1 - não se esquecer de acrescentar fatos irrefutáveis
      No primeiro caso, é patente a noção comum que todas as pessoas têm de Estado, que se mistura à de governo, apesar de suas diferenças conceituais, como sendo provedor de serviços como segurança, saúde e educação. Ou deveria ser
     - Desenvolve argumento 2 - não se esquecer de acrescentar fatos irrefutáveis
     No que tange a quanto deve o Estado participar da Economia, no Direito e por consequência, na vida das pessoas, como um todo, as discussões são amplas abrangendo desde a estatização total ou quase total prevista nos regimes socialistas até a teoria do Estado Mínimo vislumbrada pelos capitalistas mais radicais.
                            Conclusão
      - Volta à Tese;
      Analisando a ideia de estado contida no texto em questão vê-se que apesar de teoria, esse conceito é vivido todos os dias pela sociedade. Seja através de sua materialização por meio do conceito popular de "governo", e pelos amplos questionamentos sobre a influência que este Estado deve ter sobre a liberdade individual das pessoas que lhe dão sustentação.
      - Resume a explicação dos argumentos;
      - Se possível, acrescenta-se uma frase de efeito




Como resultado:

            Contrato social - uma filosofia do dia-a-dia
    
      A ideia de contrato social, nada mais é que o dia a dia de indivíduos que abdicam de parte de sua liberdade para usufruírem, e mesmo, questionarem os benefícios da união comum conhecida como Estado.
      Por um lado, a ideia de Estado já está solidificada no imaginário coletivo, não havendo tantos questionamentos sobre o contrato em si. Conhece-se apenas o seu lado prático, popularmente conhecido como "governo", e sua respectiva participação na vida diária. Por outro lado, critica-se constantemente a participação deste ente na existência de cada indivíduo,  a ponto de se questionar o seu dimensionamento quantitativo e o escopo legal que permeia a sua existência. 
       No primeiro caso, é patente a noção comum que todas as pessoas têm de Estado, que se mistura à de governo, apesar de suas diferenças conceituais, como sendo um provedor de serviços como segurança, saúde e educação, em maior ou menor grau de efetividade.
       No que tange a quanto deve o Estado participar da Economia, no Direito e por consequência, na vida das pessoas, e da sociedade como um todo, as discussões são amplas. Abrangem desde a estatização total ou quase total prevista nos regimes socialistas até a teoria do Estado Mínimo vislumbrada pelos capitalistas mais radicais. 
      Analisando a ideia de estado contida no texto em questão vê-se que apesar de teoria, esse conceito é vivido todos os dias pela sociedade. Seja através de sua materialização por meio do conceito popular de "governo", e pelos amplos questionamentos sobre a influência que este Estado deve ter sobre a liberdade individual das pessoas que lhe dão sustentação. O Estado pode ser grande mas são os indivíduos que o constroem com as pequenas participações individuais.

                                     Observações finais

      Evidentemente que, tratando-se de técnica, não se visou ou vislumbrou-se, aqui, a ideia de se apresentar uma peça artística. O esmero e o sentimento de cada redator é que tem a possibilidade de transformar um texto que atenda às características técnicas, podendo vir a apresentar pendores de obra artística como é o caso de escritores profissionais. Nestes casos já entram questões como ritmo, musicalidade das palavras, tamanho das frases (com mais rigor ainda que o aqui apresentado) e outras características que podem ser desenvolvidas com o tempo.
      Sugere-se ainda a busca no google ou em outros sites de busca (motores, como se diria em Portugal) que possam acrescentar mais informações ao que foi apresentado aqui. Além da prática diária da produção de textos, sobretudo na fase de preparação para provas e vestibulares.
   
Referências
http://www.algosobre.com.br/redacao/como-construir-um-texto-dissertativo.html

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Contornando as limitações – conhecer e respeitar

Alguns indivíduos são verdadeiros problemas nos grupos a que pertencem. Às vezes não interagem  bem com os outros, ou brigam muito, ou não cumprimentam as pessoas. Podem ainda serem ruins de serviço ou atenderem a uma ou várias dessas características ao mesmo tempo.
    Curiosamente, e com alguma boa vontade, é possível verificar que essa pessoa tem seus méritos: o que briga muito é ótimo profissional, a que é ruim de serviço tem uma cultura razoável e por aí vai. Fica então uma pergunta? Por que é que a pessoa não tenta ser boa em todos os aspectos de sua vida? Ser legal com os outros e bom profissional, ter uma quantidade de cultura satisfatória mas também demonstrar empatia e estar atento às novidades da informática e dos jornais, por exemplo?
    Aí começa a tese: Todo ser humano tem algumas limitações. É como naquele conceito econômico de que os recursos sempre são escassos e tem que sofrer algum tipo de alocação ao serem distribuídos. De acordo com os valores de cada um, com as oportunidades que o ambiente oferece e de acordo com a disposição do indivíduo assim como de suas possibilidades, entre vários outros determinantes.
    Os valores vem a agir no sentido de direcionar a pessoa a escolher o que melhorar na sua vida. Uma pessoa que acha importante tratar bem a todos, buscará sempre ter assunto com todo mundo, conhecer melhor de tudo que possa ser motivo de uma boa conversa, ler sobre o comportamento humano, entre outras coisas.
    As oportunidades são o conjunto de recursos educacionais, familiares e regionais que estão à disposição para esse desenvolvimento. Claro que, dependendo da comunidade, ou do país, o ato de usar uma arma de fogo bem pode ser um fator que privilegiará o entrosamento com outras pessoas o que certamente funcionará ao contrário, em outros ambientes. No âmbito de uma universidade, por exemplo, a capacidade de tratar de assuntos variados com embasamento científico e boa argumentação já passam a ser os valores mais requeridos.
    Disposição é o esforço que o indivíduo é capaz de empreender para obter um resultado. Mesmo que o ambiente não seja o melhor, mesmo que os valores não sejam os ideais e mesmo que a inteligência não seja o bastante para alcançar grandes resultados, o esforço contínuo para atingir os objetivos acaba sendo presenteado com o alcance de alguns patamares impensados se a tarefa empreendida não fosse feita com grandes sacrifícios de tempo e prazeres, como acontece nos bons resultados em vestibulares e concursos, por exemplo.
    Enlaçando mas não exaurindo todos os determinantes desses comportamentos estranhos está a resolução em se procurar dominar o conhecimento e as habilidades que estão à sua disposição da melhor maneira possível. Não há como dizer que todos são capazes da mesma forma de adquirir conhecimento. Cada um domina mais assuntos ou mais pormenores da sua forma de agir de acordo com o que a sua capacidade intelectual inata lhe permite fazer. Cabe a cada um buscar formas de harmonizar suas capacidades, abrindo o próprio leque de possibilidades através da curiosidade, flexibilidade de conceitos e do desenvolvimento da criatividade. Assim, pode-se afirmar que em toda falta de humor ou em qualquer indício de incapacidade de se relacionar é um limitador eficiente e contumaz para o enriquecimento das experiências pessoais.
              Juntados os valores, as oportunidades, a disposição e a capacidade intelectual de cada indivíduo é que se obtém um conjunto de valores que vai determinar a forma como cada indivíduo vai desenvolver suas habilidades vindo a se tornar uma pessoa mais completa. Não adianta ter vontade se não há recursos mínimos. Não adianta ter valores se não há disposição, e todas as demais combinações devem ser equacionadas no decorrer do tempo para tentar explicar a tamanha diversidade que possível identificar no comportamento humano.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Modelos e exemplos a serem copiados: só o lado bom e adequado

O comportamento mediano, ou seja, aquele que a maiorias das pessoas pratica, é limitado pelas ideias gerais que são transmitidas de pai para filho e pela sociedade em geral, ou  seja, por tradição. Algumas poucas vezes ou alguns poucos indivíduos tem por hábito buscar exemplos fora do ambiente em que são criados e no qual se desenvolvem. Prova disso são os “guetos” em que se transformam os bairros industriais, ou vilas militares, nos quais poucos jovens são estimulados a procurarem fora daquele ambiente outras formas ou recursos para adquirirem cultura ou formação profissional. As próprias exceções são apenas provas de que o fato é corriqueiro e se constituem, geralmente, em manifestações de rebeldia às condições estabelecidas.

Esse comportamento mediano das pessoas, em geral, é de auto-preservação. No tempo das cavernas, que não vai tão longe assim – em torno de uns 10.000 anos, o ser humano não sabia quando seria o momento de parar de correr, de se esconder, quando seria possível dormir ou outras atividades que envolvam descanso. Principalmente, não se sabia quanto tempo, com certeza, duraria a comida que já possuía e quando ia arranjar a próxima. Então, o segredo era, já àquela época, realizar o máximo possível, acumular alimentos e/ou facilitar sua obtenção com o mínimo de gastos físicos.

Assim, sobreviveram aqueles que combinavam a melhor capacidade de responderem rapidamente a um estímulo com o melhor controle possível de suas reservas físicas.

Devido a essa herança cultural tão econômica,  as grandes realizações em termos físicos como correr uma maratona ou intelectuais, como estudar horas e horas não fazem parte dos hábitos comuns da maioria das pessoas. Comportamentos como esses exigem que se pratique uma abstenção, que se crie uma situação de risco, de diminuição das reservas que não condiz com o condicionamento geral que os humanos têm para si.

É muito costumeiro também, principalmente entre as crianças, não se mirar em modelos corretos ou não fazer uma crítica sincera e objetiva às pessoas em que se procuram os exemplos. Um modelo a que não se faz a devida crítica pode ser prejudicial justamente para a formação de um hábito de especial importância para quem o está observando. Assim, pode acontecer, por exemplo, de um filho querer se espelhar no pai, por exemplo, pelo seu despojamento para se trajar e cuidar da aparência. Isso não vai dar certo se o objetivo da criança é trabalhar num lugar que exija uma postura, uma vestimenta mais elaborada como terno e gravata ou maquiagem mais detalhada, no caso das mulheres, por exemplo.

Importante é contrabalançar os objetivos com as potencialidades, mas sempre tentando buscar modelos superiores aos limites que se conhece. O espelhamento em pais, amigos e mesmo professores ou esportistas deve ser feito de maneira muito crítica de modo a aproveitar o que houver de melhor mas sabendo-se desprezar o que não deve ser copiado.

quarta-feira, 28 de março de 2012

O Objetivo é ser subjetivo mas crescer

         Vontade de voltar no tempo? Não. Não se trata disso. O tempo certo para aprender algo não existe. Cada um faz o seu tempo como quer e como lhe é possível fazer com os recursos que possui e com o meio em que vive.
          Mas há algumas coisas que poderiam ser ditas a jovens e adolescentes e que poderiam lhes ser úteis pela vida inteira. Feliz ou infelizmente, a maioria das pessoas não teve acesso a isso. Pais, Mães, amigos, amigas e inimigos em gera, a mídia e os livros criam balizas que fazem com que o sentimento pessoal sobre determinados assuntos seja, de saída, negativo o que barra o ataque a tais áreas de conhecimento sobretudo por crianças e adolescentes, o que vem a se refletir também na sua vida adulta.
         A importância de se diferenciar o objetivo e subjetivo surge nesse momento. Várias vezes as pessoas são surpreendidas em situações que demonstram que não sabem ver a diferença entre uma coisa e outra. Um dos melhores exemplos é o gosto por filmes e outras obras de arte, ou mesmo por esportes.
         Objetivo é aquilo que independe do gosto pessoal, da sua vontade, da sua interferência no mundo ou do que é importante para você. Para saber, objetivamente se uma coisa é boa, ou ruim, é importante sempre tentar sublimar, minorar o efeito instantâneo que uma obra, ou um jogo, ou até uma notícia ou qualquer fato da vida tem para a pessoa.
          Desse modo é possível não se gostar, não ser fã de futebol e gostar e apreciar as melhores jogadas que são feitas. Nesse caso não é a paixão por um time que manda, por exemplo. O que conta é como aquilo que se está apreciando é realmente bem feito. Da mesma maneira pode-se falar de um filme que pertence a um gênero que não se aprecia.
           Não se pode dizer, OBJETIVAMENTE, que toda película de terror é ruim. Nesse caso estariam sendo desprezados o trabalho dos artistas, profissionais das câmaras, diretores e mesmo o pessoal mais simples que apenas encontrou mais um trabalho auxiliando por ali.
           Muitas vezes são vistas pessoas falando que não gostam de inglês. Que não apreciam essa o aquela matéria e que não ligam para um caso que aconteceu na história, há 300, 400 anos atrás ou até mais. Os verdadeiros vencedores, aqueles cujos resultados superam em muito os da imensa maioria não perdem tempo com esses posicionamentos.
           Enquanto a massa se desgasta com esse tipo de comentário e mesmo com essa licença para não gostar de algo, os que realmente almejam grandes resultados estão sim, observando onde se localiza a fragilidade geral e direcionando seus esforços para serem bons exatamente naquela área.
           Os ganhos pessoais são enormes com esse posicionamento de fora do processo para se criar uma opinião sobre ele. A experiência fica mais rica pois não foi limitada pelos preconceitos a respeito de um assunto. Quebradas as paredes e abertos os acessos a essas novas possibilidades de aprendizado os limites individuais ficam cada vez menores e pode-se vir a ganhar em aprendizado seja simplesmente para a vida diária, com mais opções de diversão e discussão. E com maiores possibilidades de alcançar resultados que dependam de aprendizado, por exemplo.
            Pode-se por outro lado transformar essa postura, em maior ou menor grau, num estilo de vida e de abordagem de todos os assuntos. Nesse momento o OBJETIVO passa a ser o SUBJETIVO. Tal processo, é claro, acontece em maior ou menor grau de acordo com o esforço e as próprias opções que o indivíduo vai fazendo ao longo da vida.
           À medida em que se abre mão dos preconceitos, dos balizamentos criados pelo meio e pelas pessoas que se convive para se determinar a sua posição sobre algo, ganha-se muito. São aumentadas as possibilidades de se conhecer novos assuntos, experimentar novas formas de arte e de aculturação e pode-se vislumbrar um aprendizado cada vez maior com o consequente enriquecimento da experiência de viver.