sexta-feira, 27 de julho de 2012

Contornando as limitações – conhecer e respeitar

Alguns indivíduos são verdadeiros problemas nos grupos a que pertencem. Às vezes não interagem  bem com os outros, ou brigam muito, ou não cumprimentam as pessoas. Podem ainda serem ruins de serviço ou atenderem a uma ou várias dessas características ao mesmo tempo.
    Curiosamente, e com alguma boa vontade, é possível verificar que essa pessoa tem seus méritos: o que briga muito é ótimo profissional, a que é ruim de serviço tem uma cultura razoável e por aí vai. Fica então uma pergunta? Por que é que a pessoa não tenta ser boa em todos os aspectos de sua vida? Ser legal com os outros e bom profissional, ter uma quantidade de cultura satisfatória mas também demonstrar empatia e estar atento às novidades da informática e dos jornais, por exemplo?
    Aí começa a tese: Todo ser humano tem algumas limitações. É como naquele conceito econômico de que os recursos sempre são escassos e tem que sofrer algum tipo de alocação ao serem distribuídos. De acordo com os valores de cada um, com as oportunidades que o ambiente oferece e de acordo com a disposição do indivíduo assim como de suas possibilidades, entre vários outros determinantes.
    Os valores vem a agir no sentido de direcionar a pessoa a escolher o que melhorar na sua vida. Uma pessoa que acha importante tratar bem a todos, buscará sempre ter assunto com todo mundo, conhecer melhor de tudo que possa ser motivo de uma boa conversa, ler sobre o comportamento humano, entre outras coisas.
    As oportunidades são o conjunto de recursos educacionais, familiares e regionais que estão à disposição para esse desenvolvimento. Claro que, dependendo da comunidade, ou do país, o ato de usar uma arma de fogo bem pode ser um fator que privilegiará o entrosamento com outras pessoas o que certamente funcionará ao contrário, em outros ambientes. No âmbito de uma universidade, por exemplo, a capacidade de tratar de assuntos variados com embasamento científico e boa argumentação já passam a ser os valores mais requeridos.
    Disposição é o esforço que o indivíduo é capaz de empreender para obter um resultado. Mesmo que o ambiente não seja o melhor, mesmo que os valores não sejam os ideais e mesmo que a inteligência não seja o bastante para alcançar grandes resultados, o esforço contínuo para atingir os objetivos acaba sendo presenteado com o alcance de alguns patamares impensados se a tarefa empreendida não fosse feita com grandes sacrifícios de tempo e prazeres, como acontece nos bons resultados em vestibulares e concursos, por exemplo.
    Enlaçando mas não exaurindo todos os determinantes desses comportamentos estranhos está a resolução em se procurar dominar o conhecimento e as habilidades que estão à sua disposição da melhor maneira possível. Não há como dizer que todos são capazes da mesma forma de adquirir conhecimento. Cada um domina mais assuntos ou mais pormenores da sua forma de agir de acordo com o que a sua capacidade intelectual inata lhe permite fazer. Cabe a cada um buscar formas de harmonizar suas capacidades, abrindo o próprio leque de possibilidades através da curiosidade, flexibilidade de conceitos e do desenvolvimento da criatividade. Assim, pode-se afirmar que em toda falta de humor ou em qualquer indício de incapacidade de se relacionar é um limitador eficiente e contumaz para o enriquecimento das experiências pessoais.
              Juntados os valores, as oportunidades, a disposição e a capacidade intelectual de cada indivíduo é que se obtém um conjunto de valores que vai determinar a forma como cada indivíduo vai desenvolver suas habilidades vindo a se tornar uma pessoa mais completa. Não adianta ter vontade se não há recursos mínimos. Não adianta ter valores se não há disposição, e todas as demais combinações devem ser equacionadas no decorrer do tempo para tentar explicar a tamanha diversidade que possível identificar no comportamento humano.