quinta-feira, 14 de junho de 2012

Modelos e exemplos a serem copiados: só o lado bom e adequado

O comportamento mediano, ou seja, aquele que a maiorias das pessoas pratica, é limitado pelas ideias gerais que são transmitidas de pai para filho e pela sociedade em geral, ou  seja, por tradição. Algumas poucas vezes ou alguns poucos indivíduos tem por hábito buscar exemplos fora do ambiente em que são criados e no qual se desenvolvem. Prova disso são os “guetos” em que se transformam os bairros industriais, ou vilas militares, nos quais poucos jovens são estimulados a procurarem fora daquele ambiente outras formas ou recursos para adquirirem cultura ou formação profissional. As próprias exceções são apenas provas de que o fato é corriqueiro e se constituem, geralmente, em manifestações de rebeldia às condições estabelecidas.

Esse comportamento mediano das pessoas, em geral, é de auto-preservação. No tempo das cavernas, que não vai tão longe assim – em torno de uns 10.000 anos, o ser humano não sabia quando seria o momento de parar de correr, de se esconder, quando seria possível dormir ou outras atividades que envolvam descanso. Principalmente, não se sabia quanto tempo, com certeza, duraria a comida que já possuía e quando ia arranjar a próxima. Então, o segredo era, já àquela época, realizar o máximo possível, acumular alimentos e/ou facilitar sua obtenção com o mínimo de gastos físicos.

Assim, sobreviveram aqueles que combinavam a melhor capacidade de responderem rapidamente a um estímulo com o melhor controle possível de suas reservas físicas.

Devido a essa herança cultural tão econômica,  as grandes realizações em termos físicos como correr uma maratona ou intelectuais, como estudar horas e horas não fazem parte dos hábitos comuns da maioria das pessoas. Comportamentos como esses exigem que se pratique uma abstenção, que se crie uma situação de risco, de diminuição das reservas que não condiz com o condicionamento geral que os humanos têm para si.

É muito costumeiro também, principalmente entre as crianças, não se mirar em modelos corretos ou não fazer uma crítica sincera e objetiva às pessoas em que se procuram os exemplos. Um modelo a que não se faz a devida crítica pode ser prejudicial justamente para a formação de um hábito de especial importância para quem o está observando. Assim, pode acontecer, por exemplo, de um filho querer se espelhar no pai, por exemplo, pelo seu despojamento para se trajar e cuidar da aparência. Isso não vai dar certo se o objetivo da criança é trabalhar num lugar que exija uma postura, uma vestimenta mais elaborada como terno e gravata ou maquiagem mais detalhada, no caso das mulheres, por exemplo.

Importante é contrabalançar os objetivos com as potencialidades, mas sempre tentando buscar modelos superiores aos limites que se conhece. O espelhamento em pais, amigos e mesmo professores ou esportistas deve ser feito de maneira muito crítica de modo a aproveitar o que houver de melhor mas sabendo-se desprezar o que não deve ser copiado.